domingo, 30 de junho de 2024

Busca por independência

Thierrie Magno



 É incrível perceber como, ao longo dos anos, nossa busca por independência, tanto financeira quanto psicológica, nos molda e transforma nossas relações. Esse relato reflete muito bem um pouco dessa jornada, mostrando a complexidade de se libertar das expectativas alheias, especialmente das familiares.

Planejar um super presente  para você mesme, seja de de aniversário, seja de puro narcisismo, ou whatever, algo tão desejado e cuidadosamente planejado, é um marco significativo nessa trajetória de independência. A reação da sua mãe/pai/pãe, com aquele "entendi" retumbante, é uma ilustração perfeita de como, mesmo quando estamos confiantes e preparades, ainda podemos ser abalades pelas opiniões daquelos que nos são mais próximes.

Reconhecer a linha tênue entre prudência e insegurança é fundamental. Ser capaz de tomar decisões por conta própria e aceitar as consequências dessas escolhas é um sinal claro de maturidade. É romper laços de dependência emocional para alcançar a verdadeira autonomia.

Ao sair de casa com ou sem ajuda dos pais/mães/responsáveis, demonstramos uma força e determinação que muitos não têm. Essa independência conquistada é um testemunho da nossa capacidade de navegar pelo mundo por conta própria.

Aproveitemos ao máximo nossos presentes para nós mesmes. Viajar, ficar em hotéis lindos e comer em lugares incríveis são experiências que, além de celebrarem suas conquistas, também reforçam sua autonomia e liberdade. Nós merecemos isso e muito mais.

sábado, 25 de maio de 2024

Acorda Bela Adormecida, pois 'tá demais!

Thierrie Magno


Quando somos crianças aprendemos de um tudo, né? “Seja educado, não responda à sua tia, divida com os amiguinhos, amai o próximo, lá,lállalalá,” Os adultos(!) não querem que sejamos nada menos que perfeitos “olha o filho de fulano, vai virar xinxeiro drogado ou a irmã de sicrano é uma piranha sem vergonha”. Então crescemos e vemos que tudo que deveríamos ser não somos. Não por  não sermos competentes o suficiente para tanto, pois somos realmente, mas percebemos que a maior parte de nós, humanos(?), não quer melhorar e se esconde atraz de mascaras. Descobrimos que:
  • A princesinha se cansa do principe bonzinho e vai morar grávida com o traficante;
  • A Chapeuzinho vermelho começa a fumar crack e vende os docinhos da Vovó, a casa da vovó, o gorro vermelho… tudo pra manter o vicio da noia;
  • O presidente de tal mega-potencia-mundial se diz conservador e é exposto usando cocaína;
  • E vem seu vizinho otário fazendo juras de amor, com o único intuito de te comer te levar pra cama;
Então sejamos sejamos realistas:
Fato Primeiro: Caráter, moral e ética não se fazem com apenas ordens. Fazem-se com atitudes e exemplos. Ficamos indignados com aquele desmatamento - e sim deveríamos, mesmo! - porém jogamos o nosso lixo no chão da rua. Como você diz para não poluir e destruir o meio ambiente se você é o primeiro a fazê-lo? Falamos pras nossas meninas sobre sentar direito, serem boazinhas e não se entregarem para qualquer um, e #denovo# entupimos o nosso pc com pornô, queridinho/a!
Crescemos e vemos que nossos ‘mandamentos’ não servem para todos porque a maior parte das nossas atitudes está afogada em hipocrisia.
Te pergunto: Como um criança não vai usar drogas se os adultos chegam em casa bêbados, com aroma de cinzeiro de uma balada/noitada? Como uma menina não se perde se suas Divas são super-mega sexualizadas e brigam para sair em revistas masculinas?
Sejamos muita coisa, mas nunca hipócritas.  Para haver moral deve haver exemplo moralizante. Não tente fazer que outras pessoas ingulam mentiras que você vomita - com atitudes contrárias! - em cima delas. Um pouco de honestidade é sempre bem-vinda.
Fato Segundo:
Ingenuidade é mais perigoso em demasia do que em falta. Não ache - só porque você ouviu da vovó a #vidatoda - que as pessoas devem ser boas que elas são. Aquele carinha que está ficando (há 5 min) contigo não te ama, não, filha? Na cabeça dele, enquanto vocês se olham, vocês já fizeram sexo 5 vezes  (com sadismo,brinquedinhos, lesbianismo, anões…). E é sua obrigação discenir a realidade e a ilusão.
Não seja a Bela Adormecida e  fique por esperar pelo Principe Charming. Ele não vem ou porque tá com a Sininho dando uma tapa ou porque tá beijando/acordando outra vaca princessa, meu amor. Seja realista e vai fazer seu Conto de Fadas se tornar uma História de Mulher. Ame sem a ilusão da Perfeição, pois seu principe vai peidar soltar gazes, cagar defecar, errar, pedir desculpas ( ou não!), dizer que a culpa é dele ( ou jogá-la todinha pra cima de você), talvez mentir, talvez ser honesto… tudo isso por uma razão: Ele é SER HUMANO, e como tal não nasceu perfeito, mais pode se aperfeiçoar.
Conclusão: Aceite a realidade assim como ela é. Não mergulhe em atitudes inatingiveis e não empure as pessoas nessa mesma agua  escura e maldita de ilusão; é aumentar sofrimento para todos. Certifique-se que o que você diz seja também coerente com quem você é e com o que você faz. Honestidade e transparencia são ótimas parceiras. Trabalhe com o que você possa mudar. Se há algo que te imcomoda, saiba abordar a situação de uma maneira séria, delicada e aberta a outras formas de pensar, a outros pontos de vista. Se não puder mudar, aceite. Se não conseguir aceitar, respeite. Lembre-se que o seu direito termina quando começa o do outro. E, por último, quando se respeita alguém não queremos forçar a sua alma sem o seu consentimento.

domingo, 21 de abril de 2024

"Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu" ou "Carry on"

Thierrie Magno



Para todos que estão sofrendo hoje porque alguém que você amava se foi de sua vida - quer essa pessoa tenha falecido ou apenas tenha saído de sua vida - lembre-se: sua vida é melhor por conhecê-la, mesmo que ela não possa estar mais com você

quarta-feira, 20 de março de 2024

Para quem eu escrevo (?)

Thierrie Magno

 

Escrever sobre si mesmo e para si mesmo pode ser uma forma poderosa de expressão e reflexão, pois nos permite divagar sobre questões que, na vida diária e ultra tumultuada, não é permitido, pelas responsabilidades de estudar, trabalhar, cozinhar, respirar. Mas, também é importante que os leitores entendam a intenção por trás do que você escreve e respeitem o seu espaço criativo, embora não haja nada que diga nessas linhas horrorosamente escritas que o texto deva agradá-los. O Texto é, primeiramente, para mim, sobre mim.  Os leitores são Voyeurs que podem ser agradados, ou não.

É interessante perceber que, quando você usa sua escrita de forma consciente e com um propósito específico para agradar os outros, ela se torna um produto, como uma coca-cola, ou um doritos uma marca MUITAS VEZES SEM ALMA, E SEM CORAÇÃO, porém diários não são assim. 

[E isso aqui é um diário, com postagens aleatórias, com uma lógica paradoxalmente incoerente.]

A abordagem de assumir um ponto de vista deturpado e tendencioso, singular e ácido pode ser muito eficaz para transmitir minhas ideias e experiências de forma única e envolvente, pois as vivo através da minha linda subjetividade

Sim, eu uso a minha escrita de forma provocativa e deliberada para criar uma experiência sem ser específica para mim, mesmo que isso possa gerar desconforto em algumas pessoas, eu gosto de olhar para o passado e pensar no presente como se esses fossem obras de arte: não estarei relatando o real, o concreto. Estarei expondo minha verdade Subjetiva, mergulhada em  metáforas, analogias, sinestesias.... É interessante como a linguagem e a forma como escolho retratar as coisas podem impactar a maneira como minha mensagem é recebida.

Essa dualidade entre a importância que damos aos nossos problemas em diferentes contextos é interessante. Parece que eu encontro um espaço para explorar e dar voz às minhas preocupações e experiências de uma forma que é significativa . Essa abordagem pode ser uma forma válida de auto-expressão e autoconhecimento.

 


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

"Veja os detalhes" ou "Feel it"

Thierrie Magno


 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

"Pele Negra, Máscaras Brancas" ou "Que há de trás?"

Thierrie Magno


"Que fez e faz história
Segurando esse país no braço, mermão
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado"

A Carne - por Elza Soares



   Apaixonei-me pelo Rio. Fato. Poderia terminar o texto aqui, pois a paixão a que relutei por anos, agora se me apresenta indissolúvel. Poderia, detalhadamente, contar todas as experiências maravilhosas que tive nessa cidade linda. Poderia rir com você sobre cada cachalote, tombo vivência que tive nas suas praias, especialmente em Copacabana.

Mas algo não me foge a perguntar, não me deixa numa neutralidade a que tanto anseio, mas nunca me foi possibilitada. Então, reflito. Logo, associo não livremente como Freud gostaria que eu fizesse. Não. Reflito com um norte Teórico, baseado em luta, baseado em sofrimento...  

E a palavra que iniciou esse texto é também parte da discussão. Sou da hermenêutica e a ela retorno inúmeras vezes.
Paixão origina-se do latim passio(-nis), e significa  amor intenso  sofrimento , já que atesta aquele estado de excitação automática, de euforia psicossomática, de conexão intensa que uma pessoa possa estar.
Mas, ainda sim, é sofrimento.
E, ao percorrer as praias, deparei com essa imagem. Na frente, a Máscara branca [Frantz] Fanônica, de uma sociedade que quer impressionar com uma engenharia linda e bem feita para pessoas  brancas  ou ricas    brancas e ricas, enquanto, atrás desses mesmos edifícios, há uma engenharia rudimentar destinadas às pessoas negras e pobres. Um dualismo, um paradoxo. Porém essa estética denunciadora de [falta ou excesso de] acessos, de economias expressamente discordantes, me permite enxergar as especificidades atravessadoras dos sujeitos. Todos eles.
Pois, na base, na praia, todos interagem.
O Turista gringo ou não  consome e quer ser atendido.
O trabalhador busca trabalho oportunidade de ganhar dinheiro.
Servo e Servido.
E todos são/estão tão acostumados a essa dinâmica, que percebo que tudo se naturaliza. 
O pseudo-lugares sociais se naturalizam.
Mas, ainda é paixão. É sofrimento, em meio a essa alegria, é dificuldade em meio a essa batalha diária que é viver.
Os pobres trabalhadores vendem de tudo: do camarão frito às caixas de som em USB. Tudo é comercializável, inclusive sua força de trabalho, mas essa tem um tempero forte, um sabor mais ácido: é pouco valorizada, é mal paga.
Arrastam-se por toda Copacabana, por todo o Leme, esses que buscam dos "visitantes", dos moradores da elite (?). Tudo se faz nas máscaras que escondem as dores, as concessões, a piedade dissimulada, pois mascaram-se as lágrimas de todo dia.
E os servidos creem que estão "ajudando" que estão mudando a vida das pessoas como se fossem algum tipo de Messias coletivo, prometidos que ninguém prometeu, como diria Renato Russo, pois Mascaram-se os preconceitos de todo dia.
Mascaram-se, todo dia.