Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

segunda-feira, 25 de junho de 2018




Esses dias, estava vadiando no FaceBook, quando me deparei com uma página de humor chamada O Brasil Que Deu Certo, e nessa "page" eu vi essa foto. Então, minha curiosidade me pediu para eu ler os comentários. Assim, o fiz e o que eu imaginava, eu encontrei. Pessoas com sentimentos mais variados em relação à fotografia: Vamos ver algumas impressões? (SIC para todas):

  • Revolta contra as situações sociais brasileiras - "Na verdade esta imagem dói, dói na alma de cada um cada e nós, traduz o qto nossos governantes são omissos com as futuras gerações... o velho pão e circo!"
  • Revolta contra os revoltados acima - "como se a copa fosse culpada por tudo. De quatro em quatro anos temos nas mãos, assim a gente acha, a condição de mudar algo...mas, é melhor jogar nesses quase 30 dias de jogos a culpa de tudo que corrói nosso povo . Eu quero mais é curtir mesmo...e quem quiser que venha comigo. Vai Brasil!!
  • Saudades e Bucolismo - "Tem gente que fica triste vendo essa imagem. Não imaginam a riqueza que tem."
  • O bom e velho Humor - "A pessoa não pode nem mais deita com as galinha que já vem gente arrumando problema."

E eu? O que eu vi e senti? Eu vi um menino com uma galinha assistindo a um jogo de futebol. Foi isso que eu vi.
Mas... foi SÓ ISSO que eu vi? Não, lógico que não. Enquanto profissional da área de Educação e, num primeiro momento, eu poderia fazer uma Monografia sobre Sócio-economia, Alienação, Acesso a bens materiais e culturais, entre outros fatores que, com certeza, têm a ver com o contexto da foto. 
Mas, eu parei. Minha reflexão deu uma estancada.
Havia algo na foto que me cutucava mais forte que minhas respostas prontas. Minha consciência Junguiana começou a me alertar... Ela me fez questionar todas as argumentações que eu poderia dar, com uma orientação bem simples "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana" - Carl Jung. E eu comecei a me questionar:
  1. É um ambiente simples? É, mas o que me dá certeza que não é um ambiente Feliz? Onde está escrito que felicidade e dinheiro são sinônimos? Eu tenho provas que aquele menino não está repleto de alegria ao lado do seu 'pet"?
  1. É uma criança torcendo para um time? Talvez, quem me garante que ela só está olhando o jogo com apatia? Ou, talvez, ela esteja se imaginando como um próximo Maradonna ou Pelé? mbas As situações são possíveis.
  1. É galinha d'Angola ou caipira? O menino é vegano?
Como eu disse acima, eu poderia dar um aulão de argumentações, mas o que eu sabia de verdade sobre aquela foto? Não apontarei grandes teorias. Por quê? Porque eu não conheço o contexto da foto. Estou olhando algo superficialmente, e dar uma opinião em um contexto que você desconhece é PRECONCEITO e violência. E, mon amour, não sou desses...

Nesse ato de auto-crítica, eu comecei a questionar as pessoas que davam sua opiniões. Quem são os 'comentaristas'. Seu olhares entregam do que estão cheios os seus corações? Alguns querem falar da pobreza e culpar à política que vem causando uma revolução incomparável/agridoce/contraditória à nossa sociedade, fazendo criticas de quanto essas festividades tiram o nosso foco da realidade, das necessidades e do que é relevante.

Em contra-partida, há aqueles que defende essas festividades apontando dados pertinentes sobre nossa própria conduta social, e enquanto apontam os benefícios dessas mesmas festas para um reforço de identidade social.

Outros são levados a momentos íntimos de nostalgia e felicidade com o campestre, vendo no garoto apenas alguém que está amado o que está experimentando.... Desconectando-se totalmente dos dois grupos acima!


E o grupo dos humoristas está como a galinha, se divertindo sem entender nada de nada....


A conclusão que eu cheguei foi o óbvio: "Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são." - Carl Jung. Então, questione-se sobre quantas verdades são concretas para você e não as são para outros. Você poderia fazer uma poesia sobre bem estar e simplicidade baseando-se na foto, ou até usar do humor para refletir sobre essa trindade exótica, ou ainda um artigo científico esquerdista, direitista, ou na posição que você ficasse mais confortável. Dependeria unica e exclusivamente sobre o que você sabe e o que você sente sobre o assunto. 
Então, vá além. Não fique na superfície e, depois, diga como algo/alguém está se você não se aprofundou no tema em questão. Desça até o fundo, toque e sinta. Só então, volte e expresse-se. Tenha algo concreto para se embasar, e não um post duvidoso cheio de senso (in)comum e achismo.
Entregue-se ao conhecimento, para criar algo produtivo, libertador e empático.
E se você voltar e seu pensamentos forem divergentes  de outros. Respeite.
Nossa unicidade continua sendo nossa característica mais bela, e não dá para exigirmos dos outros que vejam com olhos que não são deles.
Categories: