Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

segunda-feira, 12 de junho de 2017


Eram 19 horas quando eu cheguei ao Salão de Beleza da Lavínia, porém minha amiga não estava. Ela tinha ido comprar algo para comer, tipo, Brownie. Eu fiquei no salão sentadinho, esperando com minha paciência inútil, enquanto eu ouvia as conversas singulares de Salão de Beleza, que muitas vezes são bem engraçadas, para não dizer trágicas. Ao começar a conversar com a manicure sobre coisas triviais, uma de suas clientes chegou e começou a discutir sobre um casamento: eu tive um insight para esse post, mas primeiro vamos nos situar na conversa.

A Cliente - uma loira muito bonita e bem vestida, toda padronizada no estilo "Fitness", quase uma Andressa Urach, que chamarei de Vivian - estava divagando sobre uma 'suposta amiga', da qual ela seria convidada para o casamento. Até aí, tudo bem. Ansiedade para parecermos bonitos em qualquer casamento é algo natural.

O problema foi essa frase: " Mas eu nunca me casaria gorda como ela está. Não é perfeccionismo, mas noivo e noiva têm que estar no peso para sair bem nas fotos.".

Engoli seco a sentença. foi bem dolorido... Continuei a conversa até minha amiga chegar e fomos tomar um café (porque ela já tinha comido, mas eu não!), porém levei a frase comigo. Fui para casa depois do café, então. Fiquei pensando: Quem é Vivian para dizer que uma pessoa pode ou não entrar num vestido de noiva? Quem determina que só os magrinhos têm esse direito?

E fiquei divagando... Realmente, Vivian estava certa sobre a  "opinião", pois não era perfeccionismo, ela só esqueceu de definir: era  PRECONCEITO mesmo, muito conhecido como gordofobia. Perfeccionismo é, antes de tudo, "tendência de obstinar-se em fazer as coisas com perfeição.". E se Vivian tivesse refletido um pouco mais, ela perceberia que ser Gordinha não é imperfeição! Porém, preconceito é outra coisa...
Esse preconceito contra pessoas maiores que se reforça em uma mídia nojenta e inatural cria padrões excludentes e debilitantes, fazendo que vários procurem se encaixar, sem mencionar as patologias que se derivam desse "encaixe".
Uma pessoa corpulenta não precisa se sentir menos apta a entrar em um vestimenta de casamento por causa de seu tamanho.

Por quê?


  • Porque o que realmente encaixa em um vestido de noiva ou terno de noivo é a Felicidade, ma chérie. É a Felicidade de saber que nós encontramos alguém que nos ama ao ponto que ele ou ela decide estar conosco pelos anos e anos vindouros. Que se vestimos 38 ou 52 será a mesma coisa.
  • Cabe em uma festa de casamento a alegria de compartilhar nosso momento de realização íntima com aqueles que conseguem ver nossas aspirações e nossas inseguranças, e estarem lá para darem o total apoio. É também cabível a lucidez em saber que a aquela festa foi feita para, primeiramente, a celebração do Amor, com a possibilidade econômica dos envolvidos.
  • Encaixa-se em uma cerimônia religiosa a Fé de se estar seguindo uma trajetória envolvida pela Espiritualidade à qual o casal crê e se norteia.
  • Cabe na cerimônia civil a legalidade e um compromisso com a Sociedade na qual esse casal se insere.
  • Cabe nas alianças as Mãos determinadas que estão construindo paulatinamente um futuro incerto, mas esperançoso!

E as fotos? São apenas para confirmarem e eternizarem todos esses sentimentos acima citados. Mesmo se elas não existirem, a Felicidade não é menor ou menos plena, pois o que esse casal estará vivendo junto dos seus é pode ser restrito ou definido a nenhum papel fotográfico

Por isso tudo, Vivian, eu começo a achar que é você quem NÃO cabe nesse casamento....




Categories: