Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

terça-feira, 18 de junho de 2013







Eu nunca vou me esquecer de você, meu anjo. Nunca vou me esquecer do primeiro dia que eu te vi. Aquele dia em que você estava na casa da Tia Hebe, sentadinha junto à sua mãe, dois meses depois que você nasceu; e eu me apaixonei por você. Peludinha, com seus olhinhos vesguinhos. Eu te amei naquele instante, porque você era como eu: exótica.

Te abracei e senti seu pelinho fofo me retribuindo o carinho que eu estava lhe dando. A Tia não queria te dar para mim; porém, não havia jeito, Você já seria minha porque nós decidimos. E Deus disse que sim.

Você veio morar na minha casa, e no primeiro dia, chorava - era óbvio - por saudade da sua mãezinha. Mas meu amor por você - o amor da nossa família, em geral - fez você perceber que ali era sua casa e que nós éramos sua mais nova família. Sempre te amamos.

Você cresceu conosco, e eu cresci com você. Tornei-me um ser humano muito melhor no dia que você veio. Entendi o que era amar, o que era cuidar, o que era educar, o que era ter alguém por quem se preocupar. Foram 18 anos juntos, né?

Quando eu ficava triste, era seu carinho que eu procurava. Era meu combustível; minha fé que latia.
Quando você ficava com medo, nas noites de chuva, era no meu quarto que você se escondia, e eu amava ter sua companhia. Você sempre me fazia tão bem.

Mas Deus precisou de você; ele viu o quanto nós nos dedicamos a você e por quanto iriamos nos dedicar muito mais. Você foi feliz, e eu sou muito mais feliz por ter tido você.
Eu te amei naquele primeiro dia, te amo agora nesse momento que termino minha declaração de amor e te amarei  para todo o sempre.

E no dia que formos nos ver de novo, quando a Vida achar que devemos, a saudade que aperta meu coração será sanada, pois eu vou te encher de beijos como sempre fiz.
Adeus, meu amor, adeus.



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sexta-feira, 14 de junho de 2013






Num mundo em que denegrir, mentir, distorcer são atitudes banais e corriqueiras; um mundo em que observar as faltas dos outros se tornou momentos de felicidades para pessoas que estão presas às correntes de infelicidade; sentimentos que objetivam à promoção do outro se tornam diamantes entre os carvões.

Essa semana eu vi um caso inusitado. Eu conheço duas pessoas [ vamos chamá-los João e Maria] que não se falam há bastante tempo - algo em torno de 15 anos - e uma terceira [ chamemo-la de Cobra Venenosa ] veio perguntar à mulher sobre como era a personalidade do cara e todos  os motivos por que eles não conversavam mais. Tradução: essa mulher veio tentar fazer fofoca para saber porque os dois não se falavam, se havia algum "quê" entre os dois de relacionamento amoroso, se joão era assim ou assado.

Mas o que mais me fez sentir bem - e lembrar que gente boa é igual à arara azul: estava em extinção , mas está voltando - foi que, invés de uma avalanche de críticas perniciosas, mágoas mal-resolvidas e lembranças dolorosas, a Maria respondeu à Cobra venenosa apenas coisas boas de que ela se lembrava sobre João. Ela expressou que os dois não se deram bem, pois ambos tinham gênios difíceis e - enfatizou - não haver nada de amoroso entre eles.

Depois se lembrou...

Maria lembrou-se do espírito de liderança de João quando algum problema deveria ser resolvido; do seu modo de perceber prematuramente um desequilíbrio causado por alguma falta de cuidado; lembou-se de muita coisa boa que João era.

A reflexão foi automática: superar para se estar bem, e quando estiver, apenas se apegar de bom e positivo que houve naquela situação/relacionamento.

Não se pode negar a dificuldade de ver apenas o lado bom, já que as coisas ruins fazem força tremenda para permanecerem dentro de nós. E, como eu percebi na minha amiga, o caráter e a força de vontade fizeram-na passar por uma caminho doloroso (o perdão) para se alcançar  o topo glorioso (bem-estar emocional).

Ao praticar a Benedicência - Neologismo que eu criei para ser oposto à maledicência, porém com intuito não de louvar ou idolatrar o outro, mas de se apegar ao que o outro tem de melhor - ela demonstrou uma tendência a não permanecer em uma área pequena e inútil que é a mágoa.

Concluo que ver nos nossos relacionamentos o melhor é também sinal de maturidade, de que conseguimos analisar nossos próprios passos levando em consideração todos os aspectos que compuseram este relacionamento, sendo sincero consigo próprio e justo para com todos. É ser mais humano, ser mais coerente com os altos e baixos que a vida nos apresenta.

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