Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

quarta-feira, 20 de março de 2024

 

Escrever sobre si mesmo e para si mesmo pode ser uma forma poderosa de expressão e reflexão, pois nos permite divagar sobre questões que, na vida diária e ultra tumultuada, não é permitido, pelas responsabilidades de estudar, trabalhar, cozinhar, respirar. Mas, também é importante que os leitores entendam a intenção por trás do que você escreve e respeitem o seu espaço criativo, embora não haja nada que diga nessas linhas horrorosamente escritas que o texto deva agradá-los. O Texto é, primeiramente, para mim, sobre mim.  Os leitores são Voyeurs que podem ser agradados, ou não.

É interessante perceber que, quando você usa sua escrita de forma consciente e com um propósito específico para agradar os outros, ela se torna um produto, como uma coca-cola, ou um doritos uma marca MUITAS VEZES SEM ALMA, E SEM CORAÇÃO, porém diários não são assim. 

[E isso aqui é um diário, com postagens aleatórias, com uma lógica paradoxalmente incoerente.]

A abordagem de assumir um ponto de vista deturpado e tendencioso, singular e ácido pode ser muito eficaz para transmitir minhas ideias e experiências de forma única e envolvente, pois as vivo através da minha linda subjetividade

Sim, eu uso a minha escrita de forma provocativa e deliberada para criar uma experiência sem ser específica para mim, mesmo que isso possa gerar desconforto em algumas pessoas, eu gosto de olhar para o passado e pensar no presente como se esses fossem obras de arte: não estarei relatando o real, o concreto. Estarei expondo minha verdade Subjetiva, mergulhada em  metáforas, analogias, sinestesias.... É interessante como a linguagem e a forma como escolho retratar as coisas podem impactar a maneira como minha mensagem é recebida.

Essa dualidade entre a importância que damos aos nossos problemas em diferentes contextos é interessante. Parece que eu encontro um espaço para explorar e dar voz às minhas preocupações e experiências de uma forma que é significativa . Essa abordagem pode ser uma forma válida de auto-expressão e autoconhecimento.

 


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024


"Que fez e faz história
Segurando esse país no braço, mermão
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado"

A Carne - por Elza Soares



   Apaixonei-me pelo Rio. Fato. Poderia terminar o texto aqui, pois a paixão a que relutei por anos, agora se me apresenta indissolúvel. Poderia, detalhadamente, contar todas as experiências maravilhosas que tive nessa cidade linda. Poderia rir com você sobre cada cachalote, tombo vivência que tive nas suas praias, especialmente em Copacabana.

Mas algo não me foge a perguntar, não me deixa numa neutralidade a que tanto anseio, mas nunca me foi possibilitada. Então, reflito. Logo, associo não livremente como Freud gostaria que eu fizesse. Não. Reflito com um norte Teórico, baseado em luta, baseado em sofrimento...  

E a palavra que iniciou esse texto é também parte da discussão. Sou da hermenêutica e a ela retorno inúmeras vezes.
Paixão origina-se do latim passio(-nis), e significa  amor intenso  sofrimento , já que atesta aquele estado de excitação automática, de euforia psicossomática, de conexão intensa que uma pessoa possa estar.
Mas, ainda sim, é sofrimento.
E, ao percorrer as praias, deparei com essa imagem. Na frente, a Máscara branca [Frantz] Fanônica, de uma sociedade que quer impressionar com uma engenharia linda e bem feita para pessoas  brancas  ou ricas    brancas e ricas, enquanto, atrás desses mesmos edifícios, há uma engenharia rudimentar destinadas às pessoas negras e pobres. Um dualismo, um paradoxo. Porém essa estética denunciadora de [falta ou excesso de] acessos, de economias expressamente discordantes, me permite enxergar as especificidades atravessadoras dos sujeitos. Todos eles.
Pois, na base, na praia, todos interagem.
O Turista gringo ou não  consome e quer ser atendido.
O trabalhador busca trabalho oportunidade de ganhar dinheiro.
Servo e Servido.
E todos são/estão tão acostumados a essa dinâmica, que percebo que tudo se naturaliza. 
O pseudo-lugares sociais se naturalizam.
Mas, ainda é paixão. É sofrimento, em meio a essa alegria, é dificuldade em meio a essa batalha diária que é viver.
Os pobres trabalhadores vendem de tudo: do camarão frito às caixas de som em USB. Tudo é comercializável, inclusive sua força de trabalho, mas essa tem um tempero forte, um sabor mais ácido: é pouco valorizada, é mal paga.
Arrastam-se por toda Copacabana, por todo o Leme, esses que buscam dos "visitantes", dos moradores da elite (?). Tudo se faz nas máscaras que escondem as dores, as concessões, a piedade dissimulada, pois mascaram-se as lágrimas de todo dia.
E os servidos creem que estão "ajudando" que estão mudando a vida das pessoas como se fossem algum tipo de Messias coletivo, prometidos que ninguém prometeu, como diria Renato Russo, pois Mascaram-se os preconceitos de todo dia.
Mascaram-se, todo dia.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

 


"Hard lessons, I've had my share
Can't learn from mistakes when I don't f*cking care
I've burnt bridges, I lit the flame
That killed friendships and I still felt nothing
Hard lessons" - Hard lessons by Terror

Um ano agridoce. Despedidas difíceis
Encontros surpreendentes.
É viver, não é?
E a jornada continua, com essa bagagem que ora nos [e]motiva, ora nos amedronta.
Postei pouco, porque vivi(-o) intensamente.
E ainda se tem mais para viver.
Muito Mais

"We won't have a thing
So we've got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind"  - Maybe Not  by Cat Power


segunda-feira, 12 de junho de 2023


 

A vida é feita como mar, com sua movimentação constante. Uma constante de encontros e desencontros, olás e adeuses, ires e vires. E ontem, você se foi. Foi encontrar sua mãe e seu pai que lhe deram seu primeiro "seja bem-vindo" há mais de 60 anos, e que você lhes deu seu "adeus" há décadas" atrás. Foi encontrar com meu pai e com o tio Reubens, que foram antes de você. Voltou para essa imensidão chamada universo.

Mas, aqui, você deixou marcas, como as ondas deixam nas praias ao percorrê-las, ao transformá-las, ou redesenhá-las.

Em cada pessoa que você conheceu, você também deixou as marcas da sua personalidade forte, do seu sorriso debochado, da sua alegria que enchia um lago. Não houve quem não se lembrasse de sua intensidade.

Em mim, você deixou a marcar da autenticidade, da legitimidade e da honestidade, quando ninguém poderia entender nossa natureza. Serei sempre seu "bocão" e, em mim, sempre viverá a energia incessante que fluía de você.

Descanse em paz, e te amo!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

 


Somos animais, seres feito de 'carne e osso'. Mas, também somos sociais, seres feitos de culturas e simbolismo. 

Mas não entenda isso como uma dualidade antagônica, opostos que não conseguem coexistir e que se repelem automáticamente. Não é tão simples, assim. 

É mais profundo, mais indissociável, mais em conjunto.
Nós somos seres que, como outros, precisamos comer e beber, precisamos dormir, precisamos respirar, precisamos nos defender. Nossa biologia nos capacita dessa forma e para essas atividades, porém (predominantemente!) evoluímos para o social. É nele, que nossa inteligência, nossa(s) (in)consciência(s), nossa criatividade se manifestam. É nele que conseguimos, criar, imaginar, fantasiar, simbolizar e, principalmente, mudar. 
Criamos uma relação com a comida e com a bebida que vai além da nutrição. Nós transformamos os mais simples alimentos em puro prazer: saímos do ovo à panqueca, da uva ao vinho, da cana ao açúcar. Nossa relação com a comida e com a bebida representa qu'a nutrição e uma reinvenção do nosso paladar para busca do prazer. O dormir, que acontecia primitivamente em qualquer lugar da forma mais confortável que desse, é um rito de cuidado contemporâneo, ao usarmos cobertores para o frio, colchões e camas para coluna, sem mencionar como a sexualidade e sensualidade atravessam essa atividade.
O que dizer dos perfumes? respirá-los torna ambientes, pessoas, momentos na nossa vida inesquecíveis, ou melhor, "irrecalcáveis". 
Vacinas, curativos, soros, airbags, sapatos, remédios, blusas, luvas, máscaras, capacetes, técnicas da mais variáveis formas são uma pluralidade de meios que criamos para nos defender desse existir que pode ser, muitas vezes, um desafio.

A Inteligência é transformadora, é pulsante, é ativa.