Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

quarta-feira, 1 de março de 2017





" Tenho compreendido que antes de eu ser a filha e ele o pai, somos dois seres sem hierarquias."
Thais Rezende

Forte e simples: essa fala foi dita por uma querida e íntima amiga em uma circunstância em que eu me encontrava perdido e, na nossa conversa ,essa fala me fez repensar sobre as nossas atitudes: as "naturalmente/socialmente" esperadas e as reais. Vou explicar de uma forma que vocês possam entender, mas sem ser inconveniente. Vamos lá: uma outra amiga - que eu vou chamar de Briana - estava por passar por necessidades de um colo amigo e me contou seus desabores sobre uma relação conjugal em que foi traída por uma parente - que chamarei de Fátima. Esta parente teve um caso com seu marido - que chamarei Jorge.
Nomes fictícios.
Eu fiquei sem fala, fiquei revoltado com a postura da outra, fiquei inquieto. Mas, no final, só pude escutar, porque conselhos me faltavam.
Procurei a ajuda de minhas "mentoras" - Carol Magali, a Centrada; Thais Rezende, a Sonhadora e Lúcia Maria, a Secreta. Elas são minha recarga de bateria de conhecimento e meu upgrade emocional quando eu preciso de ambos.
Eu fiquei repensando, primeiramente, sobre a minha própria postura. Eu esperava que a parente traidora Fátima tivesse um comportamento, e me coloquei como um juiz a jugá-la por seu comportamento que julgava inadequado e imoral. Eu queria que ela seguisse um comportamento que fosse norteado pela sua hierarquia social.
Comecei a raciocinar, a partir da conversa com minhas mentoras, sobre como eu me portava e levei um choque. Eu estava ditando regras sociais para pseudo-personagens socais pré-estabelecidos. Algo que eu refleti veementemente. se somos reduzidos a este ou aquele personagem .
Comecei a me perguntar:
  • Quem sou eu para dizer que aquilo era um crime imoral contra alguém? 
  • Eu sabia de todos os detalhes para dizer que foi uma traição? O que é trair?
  • Será que o relacionamento de minha amiga já não tinha acabado, e nem ela nem seu marido haviam percebido?
  • Como determinar alguma postura social, se realmente, a vida muda nossos papéis sociais o tempo todo?
  • E o que é hierarquia social, se não algo frágil e mutável? Que(m) a cria? Que(m) a modifica? Que(m) a caracteriza?
Sentia-me inquieto, porque minha primeira postura foi verdadeiramente preconceituosa  e inconscientemente julgadora. Senti que cada pessoa nessa trama deveria ter essa ou aquela postura, mas não perguntei a mim mesmo as perguntas anteriores e, principalmente, que 'será que o sentimento não nasceu naturalmente?' Não estou aqui para defender essa ou aquela postura, porém, estou aqui para refletir se não somos muito ansiosos e extremamente homogenizadores ao desejar e esperar das pessoas comportamentos que elas talvez não queiram ou não vão ter. 
Acabei por concluir que esperamos das pessoas posturas pré-estabelecidas que, na realidade, não se concretizam.
Esperamos demais. Prevemos demais. E isso nos frusta.
Essas circunstâncias nos cristalizam em expectativas dolorosas, e somos apenas nós mesmos que sofremos, pois o outro age da forma que lhe convém, que lhe mais aprecia.
Ficamos como o Girassol que se vira para leste, embora na nossa situação, não há sol para nascer ou para esquentar. Só há uma expectativa que nos faz entrar num labirinto em que nos colocamos, e no final, não é culpá do outro.
Sejamos realistas em saber que não há comportamento verdadeiramente padronizado. Somos imperfeitos e defectíveis, e, portanto, esperar do outro algo que muitas vezes lhe é desconhecido ou não desejável é também utópico.
O outro nos dará o que pode dar.
O outro se comportará na maneira que lhe ache mais aprazível.
O outro é o outro; a nós, nos cabe  sempre a dúvida
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