Thierrie Magno

@psi.thierriemagno
Eternos são os laços que criamos n'alma
About Me
Amante da Literatura, caminho pela Psicanálise, pela Psicologia e pelo Amor.

terça-feira, 2 de outubro de 2012


Eram quase  23h30, quando estava a passar pela Avenida Brasil. Vinha sozinho, como de costume. Descidi seguir por um atalho, escuro e  deserto porém bastante
vantajoso...quando fui abordado! Sempre passei por aquele caminho nos últimos 8 anos de vida estudantil noturna. Nunca me fora um problema, este lugar.
Era um homem de idade mediana, por volta de seus 30 ou 35 anos, mal vestido e demonstrando estado de embriaguês e droga. Ele saiu da penumbra e me abordou com uma faca. Não reagi. Ele me queria o celular e a carteira – coisas que frequentemente NÃO porto. Só tinha a lhe dar minha própria mochila. Parece estranho quando conto porque, de uma certa forma, não consigo sentir raiva ou ódio. A pena em ver um ser humano num estado tão decadente me escandalizou (e escandaliza) mais do que qualquer outra coisa.
Tive dó dele. Uma pessoa que poderia estar trabalhando ou estudando para crescer mais e florescer como cidadão está a se marginalizar pelo vício. Só pensei em pegar minhas coisas supérfolas – para ele, pois para mim meus livros e cadernos são preciosíssimos – e me retirar o mais rápido possível.
Mas algo acontaceu de estranho. Sim. Quando estava tirando as minhas coisas da mochila, peguei tudo e só deixei a própria. Neste exato momento, senti que o homem se arrependera. Daí como se ele estivese ouvindo meus pensamentos, ele começou a dizer “que era a primeira vez”, “que precisava comer”,  “que estava até pensando em devolver” etc.
Na minha mente só veio uma coisa: “Deus te ajudará”
Foi o que pensei, e logo depois, foi o que disse.
Ele começou a falar sem parar e repetir as mesmas coisas. Não dei muita importância; aquela mesma frase saia da minha boca perfeitamente. Ele começou a ficar estranhamente chocado.Ele devia ter pensado que eu chamaria pela polícia ou esbravaria. Não os fiz. E só virei as costas. E continuei a repertir para ele, agora, com ar mais de consolo e honestidade do que outro qualquer que “Deus vai te ajudar.”
Fui pra casa bem, dormi bem e acordei maravilhosamente.
Acho que comecei a enteder  a Cristo, nosso senhor...
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